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Notícia - 02/05/2016 - Crise internacional e problemas internos são causas do desemprego no Brasil
02/05/2016 - Crise internacional e problemas internos são causas do desemprego no Brasil
O Brasil chega ao Dia do Trabalho com taxa de desemprego de 10,9%, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE). Já os números de março do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social, mostram supressão de 1,85 milhão de vagas formais em 12 meses. O aprofundamento do desemprego atinge as economias emergentes em geral. Mas o caso brasileiro é agravado pelas crises polÃtica e fiscal.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) projeta aumento em 2,4 milhões no número de desempregados nas economias emergentes em 2016. Steven Tobin, do Departamento de Pesquisa da OIT, explica que a deterioração do mercado de trabalho nesses paÃses está ligada à redução do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos em um paÃs). Na América Latina e Caribe, a situação é considerada mais grave, com contração do PIB em 2015.
“Enquanto as economias emergentes navegaram pela primeira fase da recessão global relativamente bem, elas recentemente experimentaram marcada deterioração nas perspectivas econômicas e do mercado de trabalho. A situação é particularmente crÃtica na América Latina e Caribe. A região deve crescer significativamente abaixo da média mundial nos próximos anosâ€, destaca Tobin.
O pesquisador ressalta que, dadas as caracterÃsticas de alguns paÃses emergentes, os efeitos sociais do desemprego podem se tornar mais nefastos. “Desde que muitas dessas economias não têm um sistema de benefÃcios abrangente, ou polÃticas ativas para o mercado de trabalho, os efeitos de um aumento do desemprego nesses paÃses pode afetar negativamente os padrões de vida e a qualidade dos empregosâ€, afirma citando com uma das consequências o aumento do emprego informal.
Particularmente no Brasil, Tobin cita a diminuição da demanda externa, em especial da China, e a queda nos preços das commodities (produtos primários com cotação internacional) como fatores que contribuÃram para o aumento da taxa de desemprego. No entanto, diz ele, esse cenário acabou revelando fraquezas estruturais do paÃs, como a baixa produtividade. Segundo o pesquisador, o Brasil teve “excessiva confiança†na exportação de commodities durante os anos de prosperidade.
Crise interna
A situação do paÃs se torna mais difÃcil devido a uma crise fiscal. O governo tenta cortar despesas para equilibrar as contas públicas, afetadas por gastos elevados e também pela queda na arrecadação tributária causada pela recessão. Paralelamente, o Brasil vive uma crise polÃtica que impacta a economia e cujo episódio mais recente, a aprovação do pedido de abertura de um processo de impeachmentcontra a presidenta Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados, paralisa as ações que poderiam melhorar o cenário econômico.
“Há um travamento da economia brasileira que é um terço decorrente da crise internacional e dois terços, dos nossos problemas internos. Associada à crise internacional, temos a crise fiscal, hÃdrica e a Operação Lava Jato. Ao atuar no sentido de coibir a corrupção, ela trava o setor da construção, que era muito forte. Vários fatores estão atuando simultaneamenteâ€, afirma o diretor técnico do Departamento Intersindical de EstatÃstica e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio.
Para o economista Gilberto Braga, professor da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas Ibmec, o quadro é “desorientadorâ€. Ele diz que só haverá perspectiva de melhora no emprego com a solução da crise polÃtica. “É preciso que o imbróglio polÃtico seja resolvido para que exista a possibilidade de a economia se reaprumar. O nÃvel de emprego demora a reagir. Quando os Ãndices macroeconômicos pioram, o emprego é o último cair. E também é o último a voltar ao normalâ€, destaca
Braga recomenda também que quem perdeu o emprego nunca perca de vista a qualificação. “O importante é se qualificar, sempre. Hoje em dia, com o mercado mais fechado, quem tem o currÃculo melhor tem mais chances. Não se deve desistir de fazer cursos, estágios e de procurar empregoâ€, aconselha. Ele lembra que o empreendedorismo é uma tendência em épocas de desemprego alto. “Entretanto, justamente por ser tendência, há muita concorrênciaâ€, alerta.
(Fonte: Agência Brasil)
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